Por: Equipe "ComSaúde"
Este é comportamento comum e mal compreendido, que pode surgir na infância, e envolve a ingestão de grande quantidade de comida em curto período de tempo (até duas horas), acompanhado da sensação de perda de controle sobre a qualidade e quantidade do que se come.
Fatores predisponentes: os fatores de risco deste transtorno são complexos e podem ser ambientais, pessoais e relacionados à dieta, entre outros, os quais podem também estar presentes em vários tipos de transtornos alimentares.
Quadro clínico:
- ingerir quantidade excessiva de comida, mesmo quando não tem fome.
- comer até se sentir desconfortavelmente cheio.
- comer constantemente enquanto houver comida disponível.
- comer quando está sob pressão ou se sente psicologicamente diminuído.
- esconder hábitos alimentares devido à vergonha ou embaraço.
- esconder comida para episódios de voracidade.
- esconder embalagens vazias ou caixas de alimentos.
- sentir-se subjugado, envergonhado e/ou culpado durante e/ou depois de um episódio de voracidade.
- exprimir repugnância em relação a hábitos alimentares, peso, corpo ou aparência.
- expressar descontentamento com a aparência, peso ou auto-estima.
Diagnóstico: este transtorno deve ser diagnosticado por profissional especializado, seguindo os critérios de saúde mental reconhecidos, que incluem: episódios cíclicos de alimentação em excesso e sensação de perda de controle durante esses episódios, além de episódios de compulsão alimentar com pelo menos três das seguintes características: comer depressa; comer até atingir mal-estar físico; comer quando não se têm fome; comer sozinho, ou ter sentimentos de vergonha e culpa em relação à alimentação. Outros critérios incluem expressão de ansiedade ou angústia em relação à ingestão compulsiva; episódios de voracidade que ocorrem pelo menos duas vezes por semana durante um período mínimo de seis meses, e compulsão alimentar sem a presença de vômitos auto-induzido, exercícios excessivos, etc. O diagnóstico precoce e uma abordagem terapêutica adequada dos transtornos alimentares são fundamentais para o manejo clínico e o prognóstico destas condições.
Tratamento, controle e prevenção: não há cura reconhecida para o transtorno de ingestão alimentar compulsiva. Há vários tipos de tratamento que podem ser combinados de acordo com as necessidades específicas do paciente, incluindo: aconselhamento; terapia familiar; terapia de grupo; terapia cognitivo-comportamental; frequentar grupos de apoio, e planejamento nutricional. Normalmente não são utilizados medicamentos para o tratamento; entretanto, às vezes são necessários os supressores de apetite, com controle médico, e outros medicamentos, como os antidepressivos, para tratamento de condições associadas.
Referências Bibliográficas:
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL - O Seu Guia de Nutrição. Transtornos alimentares. Disponível em: <http://www.alimentacaosaudavel.org>.
APPOLINARIO, J.C.; CLAUDINO, A.M. Transtornos alimentares. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 22, supl. 2, p. 28-31, 2000.
FREITAS, S.; LOPES, C.S.C.; COUTINHO, W.; APPOLINARIO, J.C. Tradução e adaptação para o português da escala de compulsão alimentar periódica. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 23, n. 4, p. 215-220, 2001.
HAY, P.J. Epidemiologia dos transtornos alimentares: estado atual e desenvolvimentos futuros. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 24, supl. 3, p. 13-17, 2002.
0 comentários:
Postar um comentário