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terça-feira, outubro 25, 2011

RISCOS DO USO ABUSIVO DE ANTI-INFLAMATÓRIOS

Colaboração: Dra. Ana Cristina Tasaka
Grande parcela da população brasileira acredita muito em medicamentos, os obtém facilmente e os consome em demasia. Um dos grupos de fármacos mais comumente utilizados no Brasil é o dos anti-inflamatórios. Os mais comuns podem ser classificados como hormonais (corticóides, também conhecidos como anti-inflamatórios esteroidais, por exemplo, cortisona, prednisona, dexametasona etc.), ou não hormonais (anti-inflamatórios não esteroidais, por exemplo, ácido acetilsalicílico, diclofenaco, cetoprofeno etc.). Os anti-inflamatórios não devem ser confundidos com antibióticos, visto estes últimos serem medicamentos destinados ao controle de infecções bacterianas, da mesma forma que as doenças virais devem ser combatidas com antivirais.

A população em geral desconhece o potencial tóxico dos medicamentos, sobretudo os de uso prolongado. Os anti-inflamatórios, por exemplo, podem causar diminuição de muco no estômago e intestino, o que deixa a mucosa do trato digestório à mercê da ação corrosiva do suco gástrico. Este efeito colateral está relacionado ao desenvolvimento de úlcera gástrica e/ou intestinal, que pode até causar morte por sangramento gastrintestinal. Outro efeito colateral é o fato de poderem causar redução do suprimento sanguíneo renal, o que pode levar à insuficiência renal; por este motivo, todos que se medicam com anti-inflamatórios devem ingerir bastante água.
Produtos como o paracetamol (também chamado de acetaminofeno), e a dipirona (também conhecida por metamizol), são utilizados principalmente por suas ações analgésicas e antitérmicas. Porém, sua utilização exagerada também leva risco aos usuários. Sabe-se que não é incomum a ocorrência de reações alérgicas (até mesmo choque anafilático) após o uso repetido de dipirona; entretanto, um problema bastante comum hoje em dia, e que tem tido pouca repercussão ainda, é o esclarecimento de que superdosagens de paracetamol pode levar à ocorrência de necrose hepática. Em função da existência de surtos de dengue, por exemplo, muitos pacientes têm ingerido paracetamol para alívio dos sintomas dessa doença, de maneira indiscriminada. Alertas médicos têm sido emitidos à população, no sentido de informar dos riscos do uso maciço deste medicamento. Existe a desconfiança de que muitas mortes que foram imputadas à dengue tenham sido, na verdade, decorrentes de intoxicações agudas, pelo uso de paracetamol.
Já a Aspirina (ácido acetilsalicílico), que alguns poderiam pensar em tomar, em substituição ao paracetamol, é desaconselhada em caso de suspeita de dengue, pois este fármaco, além de ser um analgésico e antitérmico, apresenta propriedade antiagregante plaquetária, o que predispõe o organismo à sangramentos. Como a dengue é uma doença de caráter hemorrágico, não pode ser indicada a utilização do ácido acetilsalicílico para o tratamento dos sintomas desta doença.
Os exemplos acima são apenas alguns, dos diversos exemplos que bem poderiam explicitar os riscos do uso abusivo de medicamentos. Então, em caso de suspeita de doença, não vacile: procure um médico, para descobrir o motivo de seu mal-estar e só utilize medicamentos devidamente prescritos. Evite sempre a automedicação, e boa saúde!

2 comentários:

Anônimo disse...

E o povo tá que usa esses remédios.
Gostei disso e deviam avisar todo mundo.

Anônimo disse...

Puxa...muitas vezes usamos aspirina ou qualquer outro medicamento que achamos ser um remédio simples pra aquele problema e ele pode virar um problemão pois estaremos mascarando a doença e até agravando...muito útil a informação.

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