Doença infecciosa causada por um protozoário facilmente encontrado na natureza e que pode causar infecção em grande número dos mamíferos e pássaros. A toxoplasmose pode ser adquirida pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados com os oocistos esporulados, presentes nas fezes de gatos e outros felídeos, pela ingestão de carnes cruas ou mal cozidas, principalmente de porco e de carneiro, que abrigam o protozoário.
Agente etiológico: protozoário Toxoplasma gondii. O ciclo inicia-se pela ingestão de cistos presentes em carne (por exemplo, de porco), pelos felinos, até a formação dos oocistos, que são expulsos com as fezes desses animais após nove dias (cada gato expulsa mais de 500 milhões de oocistos em cada defecação). No exterior são formados os esporozoítos, uma forma altamente resistente a desinfetantes. Se forem ingeridos por outro animal (hospedeiro intermediário) são formados os taquizoítos. Os taquizoítos se replicam em todas as células dos mamíferos, exceto nas hemácias. A replicação continua até haja a ruptura da célula, liberando parasitos que irão infectar outras células adjacentes. A maior parte dos taquizoítos é eliminada pelo sistema imune humoral e celular do hospedeiro. Algumas dessas formas produzem oocistos, contendo muitos bradizoítos, ocorrendo em vários órgãos do hospedeiro, mas persistem no sistema nervoso central e nos músculos.
Fatores predisponentes: maus hábitos higiêno-dietéticos, tais como, ingestão de alimentos contaminados e contato com fezes de gatos infectados e consumo de carnes cruas ou mal cozidas contaminadas.
Quadro clínico: se a infecção ocorrer durante a gestação, os parasitas podem atravessar a placenta e infectar o feto, podendo causar, em um terço dos casos, abortos e malformações, como: hidrocefalia, déficits neurológicos e cegueira. Mas, se a infecção ocorrer antes do início da gravidez não há perigo. Os cistos crescem e podem afetar músculos, cérebro, coração ou retina, causando alterações neurológicas, cardíacas ou cegueira. Em pessoas imunodeprimidas, as formas ativas podem ser reativadas a partir dos cistos, dando origem a situações graves, como: pneumonia, meningoencefalite e miocardite, com mortalidade alta.
Diagnóstico: pela sorologia, para detecção de anticorpos específicos (imunoglobulinas) contra o parasita.
Tratamento: medicamentos antimicrobianos.
Prevenção: Não existem exames que detectam se os gatos possuem ou não o protozoário Toxoplasma gondii. As gestantes devem evitar o contato com fezes de gatos, pois estas podem conter oocistos, não ingerir água de origem desconhecida e sem estar fervida, nem carne crua ou mal. No caso dos gatos, lavar as caixas com água, ferver frequentemente e nunca tocá-las por mãos sem luvas. Alimentar os gatos com comida enlatada, ração, água fervida ou filtrada, não lhes permitir caçar animais também reduz o risco e nunca alimentá-los com carne crua ou mal passada.
Referências Bibliográficas:
BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Guia de vigilância epidemiológica. 3. ed. Brasília, 1994.
BRASIL. Ministério da Saúde. Assistência e controle das doenças diarréicas. Brasília, 1993.
CANTOS, G.A.; PRANDO, M.D.; SIQUEIRA, M.V.; TEIXEIRA, R.M. Toxoplasmose: ocorrência de anticorpos antitoxoplasma gondii e diagnóstico. Revista da Associação Médica Brasileira [online], v. 46, n. 4, p. 335-341, 2000.
NOGUEIRA, A.S.; MOREIRA, R.B.; PEREIRA, N.G. Toxoplasmose: diagnóstico e tratamento. Jornal Brasileiro de Medicina, Rio de Janeiro, v. 71, p. 38-44, 1996.
1 comentários:
Infelizmente a população ainda acha que os maiores culpados dessa doença são os gatos e assim sacrificam os felinos sem o menor motivo. Acho legal levar informação para a população e assim elas tomam conhecimento da doença.
Postar um comentário